Um certo dia, me vi nas lembranças de uma chuva fria, a alegria que
assobia, meu egoísmo por segundos me recria, ponho os olhos adiante, tentando
achar algo que por anos não existia.
Meu show ainda está por existir, e meu sagrado muro de Berlim ainda há de cair,
pelas presunções da vida, e palas formas de ódio minha vontade é sumir, porém
entre vidas derrotadas, o melhor a fazer antes da morte é prosseguir.
O sol arde nas nossas costas, peço a Deus que os homens possam não criar suas
apostas, e ainda peregrinar em mundo, se vendo em vista, lixões em fossas, meus
talentos se tornam atentos, arriscando as observações supostas.
Tantos desinformados, se tornam desorientados, afirmam ter o melhor da voz em
um sorriso amuado, e meu mundo desgovernado fixa apenas nas lembranças da
criança, e em um qualquer sonho se torna amedrontado.
Dizem que morri, dizem que eu faço o que ninguém quer, mais não ligo pro que
dizem, nunca precisei de um sorriso seu sequer.
Quem ama jamais é amado, porém a vida te deixa só, e o castelo que você um dia
tanto construiu com amor, se desmorona e se torna pó.
Segredos se calam, e gritam no mesmo tempo, e meu digno e insano vento, embaça
pelas menores ações que eu tento, acordo pelos olhos que choram, mais escrevo
em vão, afinal, ninguém contempla meu talento.
Ódio que ferve meu sangue, que me faz mover o vento com os paços, o mesmo ódio
que enfraquece meus desenhos, minhas cores e meus traços, desfazem eternidade
de amizades, caminhos e laços, invento amigos imaginários, que caminham como
eu, ao redor da terra, na órbita do espaço.
Walace
Miguel
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