Morrendo de amor, tristeza, alegria, desânimo e otimismo, os grandes
escritores escreveram seus textos. Ao ler um livro sempre me pergunto “até que
ponto aquele insight poderia ser verdadeiro?”. Teria sido Shakespeare um Romeu?
Teria sido Machado de Assis um Bentinho? Quem sabe! Fico extremamente fascinado com a enorme capacidade de inventarem palavras e cenas que nos fazem suspirar,
outras vezes chorar, outras vezes sorrir e outras vezes sentir medo. O que há
na cabeça desses escritores geniais? Seriam eles bons em mentir na vida real?
Seriam eles super sonhadores? Ou simplesmente inventam uma história e nela
colocam momentos personalizados que eles mesmos passaram? Ah! Eu fico a me
perguntar.
Teria alguém visto mesmo uma pessoa morta? E teria alguém visto mesmo um
vampiro? Será que sonharam como seria viajar até o centro da Terra? Ou a mente
do homem é tão magnífica que o faz inventar tamanhas monstruosidades que nos
fazem ficar parados, quietos e concentrados em frente a uma tela de cinema ou
uma página de livro? Malditas perguntas. Quando noto, perdi metade do filme e
do livro tentando entender porque o escritor inventou tamanho engenho. Deve ser
por isso que tenho que assistir e ler outra vez uma obra para entender
corretamente.
Seria um conjunto de sonhos e desejos lunáticos que eles acumulam em suas
mentes e depois pegam uma caneta e “metem tinta no papel”? Ou seria
simplesmente prazer por escrever? Seria uma vontade enorme de mudar o mundo e
fazer as pessoas pensarem? Não sei, mas creio que de duas páginas de um livro,
penso em mil modificações que aquele escritor queria fazer em alguma pessoa. De
uma cena de filme, penso em mil razões para que o autor e o diretor quisessem
tocar as pessoas que assistiram aquele filme. Seja lá o que for a moral das palavras
e das cenas: “Sonhe, corra, largue de besteira, pare de se preocupar, pense
duas vezes, respeite, beija logo, fala o que sente se não perde, tenha fé em
Deus, não tenha medo, tenha cautela... Pense, leia, assista as minhas
palavras!”. Já me peguei imaginando Clarice Lispector implorando para que eu
lesse um de seus textos super bem bolados, imaginei ela de um jeitinho bem
meigo, romântico, livre e intelectual dizendo: “Por favor, leia! E entenda o
que é a vida... Por favor, pare de perder tempo... Você vai morrer! Por favor,
leia!”. Ah! Clarice, diva que me despertou inúmeros suspiros, que descanse em
paz... Creio que nunca terei a chance de lhe ver implorar ao mundo que pensem
em cada uma de suas palavras.
Hora comédia, hora drama, hora terror, hora romance, hora suspense, hora fatos
reais, hora ficção, hora de cada um, hora de todos em um, hora de despertar
sentimentos. E hora de pensar: “Com tantas obras vendidas, como o mundo ainda é
assim?”. Talvez seja a influência de Maquiavel, grande mestre, que me perdoem
os críticos – mas convenhamos, a inteligência, é a inteligência! E quando mal
canalizada... Mas vejamos Maquiavel que nos ensinou a coisa mais verdadeira do
mundo: “Prefira ser temido do que amado...”, porque obviamente o amor não é
tudo, não para o ser humano, não para esta humanidade, afinal, “eu te amo, mas
eu te traí, me perdoe!”, que palhaçada! Hoje em dia só se segura alguém do
lado, por medo. Maquiavel de certo teve suas razões para escrever isto, mas em
umas de suas estratégias para que os príncipes se tornassem bons reis,
adivinhou a humanidade de hoje.
E por que diabos Renato Russo escreveu “Índios”? Para que com aquela música ele
pudesse tocar aquela sociedade, e a toca até hoje. Louvado seja John Lennon que
compôs “Imagine” e me fez imaginar e até quebrar a cabeça. – Queria então que
aquele filme da máquina do tempo fosse real, só para ter a oportunidade de
perguntar aos autores desses clássicos e de outros, “por que tamanha
imaginação?”. “Porque tamanha necessidade de que o mundo os ouça?”, “Por que
escreveram aquilo? Pensaram aquilo? Para alguém ou para tudo? Para provar ou
simplesmente mudar?”. De verdade deve estar na hora de eu parar de tentar
entender as coisas...
Gabriella Beth Invitti
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