"Você nunca realmente perde até parar de tentar."
Mike Ditka
"Se
me pedissem que desse um único conselho que fosse mais útil para a
humanidade, seria este: espere alguma dificuldade como uma parte
inevitável da vida, e quando ela chegar fique com a cabeça erguida,
olhe-a direto nos olhos e diga: - Eu vou ser maior do que você.
Você não pode me derrotar".
Ann Landers
A
história costuma exaltar os indivíduos que chegaram ao topo ou que, de
alguma forma, tornaram o mundo melhor. Seria um erro acreditar que
nossos heróis calcularam cada movimento, encaixando deliberadamente cada
peça do quebra-cabeça da vida.
Na realidade muitos deles
enfrentaram mudanças - inesperadas ou indesejadas - que exigiram muita
coragem. Mesmo assim, eles não deixaram que as circunstâncias os
impedissem de atingir seus objetivos.
Enfrentar algumas das mais
duras realidades da vida requer coragem. Winston Churchill via na
coragem um ponto de partida. Ele disse: "A coragem é a primeira entre as
qualidades humanas, porque é a qualidade que garante todas as outras".
Ele não estava falando apenas de coragem em termos épicos - aquela
associada a personalidades famosas e grandes acontecimentos - mas da
coragem do dia-a-dia.
"A vida é dura... e nem sempre é justa. Mas isso não quer dizer que ela não possa ser boa, gratificante e prazerosa."
Mais
do que qualquer outra coisa, coragem é uma decisão. É a decisão de ir
fundo e em busca do nosso próprio caráter, de achar a fonte de nossa
força quando a vida nos decepciona. É a decisão que temos de tomar se
queremos nos tornar plenamente humanos.
Ludwig Van Beethoven é um
dos nomes mais conhecidos da história da música. Nascido em 1770 em
Bonn, na Alemanha, filho de um tenor e músico da corte, o jovem
Beethoven não levava uma vida luxuosa. Aos oito anos ele fez sua
primeira apresentação em público como pianista. Apesar do talento
prodigioso, Beethoven era maltratado pelo pai dominador, rabugento e
bêbado, que o forçava a tocar para divertimento de seus amigos.
Quanto
mais o velho Beethoven tentava conciliar o ciúme que sentia do talento
do filho com o desejo de que ele fosse bem sucedido, mais ele se tornava
violento. Em 1787, Beethoven partiu rumo a Viena para estudar com os
mestres. Ignorante quanto aos costumes da alta sociedade e descuidado
com a própria aparência, ele não se entrosava com os sofisticados
músicos Vienenses.
Mesmo assim, logo ganhou fama de pianista
brilhante. Quando sua estrela começava a subir, a morte de sua mãe
obrigou-o a voltar para Bonn, onde assumiu a responsabilidade de ajudar a
família. Ao retornar a Viena alguns anos mais tarde, Beethoven buscou
orientação com Haydn e outros compositores proeminentes da época, como
Albrechtsberger e Salieri. Logo, ele estava criando sinfonias e
executando suas próprias composições ao piano.
Quando tudo parecia
dar certo, algo começou a dar muito errado: aos trinta e poucos anos,
Beethoven começou a ter problemas de audição. Um distúrbio inicialmente
sutil foi piorando rapidamente até que, em poucos anos, ele ouvia apenas
sons distorcidos e não conseguia distinguir qualquer som alto. A cruel
ironia da situação - o músico que não podia mais ouvir a própria música -
levou Beethoven ao desespero profundo.
Embora não pudesse
continuar a tocar, Beethoven não dobrou suas partituras e procurou
isolar-se do mundo. Ele sabia que ainda podia compor. E dedicou-se a
compor sob uma perspectiva ainda mais complexa e apaixonada. Esse fôlego
renovado resultou na terceira sinfonia, a Heróica, que agitou o mundo
da música.
Paradoxalmente à medida que sua audição se
deteriorava, sua música florescia. Ele concluiu dois de seus maiores
trabalhos - a Quinta e a Sexta Sinfonia - em 1808, e em 1823 compôs a
Nona Sinfonia. Inspirado no grande poema de Schiller, Ode à Alegria, a
Nona Sinfonia personificou os ideais do Iluminismo, desde a declaração
de independência até a ciência emergente da era industrial. Escrita por
um compositor quase completamente surdo é considerada uma das maiores
obras de arte já realizadas.
Se Beethoven tivesse se deixado
subjugar pela perda auditiva, ele e o mundo teriam perdido um importante
marco para o progresso humano. Por sorte, a natureza concedeu-lhe uma
dádiva tão preciosa quanto seu gênio musical: a coragem de enfrentar
mudanças devastadoras, recusando-se a deixar seu talento murchar por
causa de um golpe do destino.
O teólogo Paul Tillich definiu este
tipo de coragem como a verdadeira coragem, que consistia em dizer sim à
vida apesar da dor e de todas as dificuldades que fazem parte da
existência humana. Ele disse que era preciso demonstrar coragem
diariamente para encontrar algo definitivamente positivo e
significativo, tanto a respeito da vida como de nós mesmos.
A vida
é dura... e nem sempre é justa. Mas isso não quer dizer que ela não
possa ser boa, gratificante e prazerosa. Ainda há muitas razões para
dizer sim à vida.
Daniel C. Luz
Autor dos livros Insight I e Insight II DVS Editora
Autor dos livros Insight I e Insight II DVS Editora
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